quinta-feira, abril 10, 2003

partida
sempre uma viagem
e um prenúncio de saudade
pára
e recorda
as mãos puxadas e repuxadas
por um fio invisível, agindo
descontroladas, demedidas
e frenéticas
ao som da música como uma cobra enfeitiçada; a música bate estonteante, estou a vê-la no ritmo, perdida no ritmo, na vida, toda ela, no que se passa ao seu lado, no que se passa na sua vida.
a vida na sua vida
carrossel
como bebedeira
tonta
de dança
do álcool
do vício da vida
há-de chegar
chegar a algum lado
talvez já não tão perdida
reencontrada
ou ainda mais tonta
mais ébria do vício de viver
de fazer o querer
sem pensar
sem sentir
a querer
sem pensar
sem parar
e gira
e rodopia
sempre a partir
sempre a querer chegar
ou sem nunca parar

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