sexta-feira, abril 04, 2003

Guerra no Iraq<>A Guerra, a Memória e a Liberdade

Devo confessar que não sou partidário da guerra, pelo puro factor do princípio anti-beligerante sem filosofias ou questões politícas como pano de fundo, e ao contrário do que aqui se lê, que "A nossa percepção da guerra é totalmente a-histórica.", a minha não o é. E se nunca fui combatente do ultramar, nem me lembrar de algum familiar o ser, aos meus 4 anos já eu estava no meio da guerra. Quando a guerra e o terrorismo, palavras tão incompreensíveis nessa época, chegaram a Luanda, a minha memória ainda guarda desses tempos a imagem dos rastos laranja que percorriam o céu de breu de uma cidade às escuras, do barulho das rajadas e das bombas que caiam algures, felizmente sempre longe. Lembro-me da minha familia recolhida nas escadas no ponto mais recolhido da casa, do silêncio e o cheiro a medo que nos calava até a respiração. Devo confessar também que sou um acérrimo defensor da liberdade e da democracia (possível) que temos. O que me torna num adepto da queda da ditadura Iraquiana, como de qualquer ditadura. Facto que sempre me faz vacilar numa qualquer apreciação deste conflito. Há obviamente muitas formas de exercer poder; a ditadura da economia, a ditadura da informação, a ditadura da propaganda. Mas nunca subjugados pela força. Dessa não podemos fugir. Das outras podemos. Não nos são impostas..., podemos até ser manobrados, estraçalhados na máquina da socieadade, mas podemos acordar, apercebermo-nos do que nos rodeia e fugir. Fugir, pelo menos para outro dos elos onde a corrente nos aperta.

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