segunda-feira, maio 05, 2003

Queres lá ver que ele vai fazer asneira?
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Eram para ai umas duas da manhã quando o carro azul anunciava com o pisca uma viragem à direita. Assim o fez. O carro branco da PSP de forma sorrateira o seguia e pela direita se esgueirou também. O carro azul indicava um estacionamento pelo que o carro da PSP se estancou. Quando o condutor do carro azul reparou que os seus amigos haviam seguido em frente, e não virado à direita como ele, logo inverteu a sinalização preparando-se para uma inversão de marcha. "Queres ver que ele vai fazer asneira?" pensaram os perspicazes agentes da PSP que fitavam a cena. O carro azul preparava-se para iniciar a marcha em sentido inverso e, no momento exacto em que iniciou a marcha, as luzes azuis e giratórias do carro da PSP se puseram a iluminar a cena. O condutor do carro azul percebendo-se da asneira que fazia, circular em sentido proibido, só depois de ter chegado ao cruzamento e virado no sentido certo deteve a sua marcha. O agente da PSP quando chegou ao local onde estacionara o veiuculo azul saiu do carro e logo perguntou "Porque que não parou logo?". Pelo que eu respondi: "Sr. agente, se circulava em sentido proibido estava a por em perigo as outras pessoas, pelo que tratei rapidamente de sair dessa situação".

O que eu não lhe disse, o que me remexe por dentro, não foi o dinheiro da multa que tive que pagar, nem o tempo de pena suspensa da apreensão de carta, como se fosse um criminoso, mas a revolta de saber que tenho uma polícia que em vez de proteger existe para punir. Mas não é esse o papel da justiça portuguesa? Será que no momento em que o agente pensou "Queres lá ver que ele vai fazer asneira?" Não me podia ter dado indicação de que eu ia fazer asneira, e ter evitado que eu me colocasse, a mim e às outras pessoas, em situação de perigo? Não é suposto a Polícia de Segurança Pública transmitir-nos essa sensação de segurança? Ao invés, sempre que viajo de carro, em vez de me sentir seguro, a única coisa que sinto é a de que sou, de um momento para o outro, um pequeno criminoso em potência.

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