O ensino
Nos Marretas continua-se a discussão sobre o ensino e os comentários aos maus estudantes que povoam as universidades portuguesas. Eu não duvido. Mas como aqui não gostamos de defender ninguém vou-vos brindar com a excelsa sapiência do prof. dr. Anibal Oliveira, um ilustre desconhecido (e ainda bem) professor da Universidade Fernando Pessoa, que espero a bem dos alunos já não ande por lá a cometer os erros que por lá andou a espalhar na cadeira de Engenharia da Comunicação Audiovisual. Senão vejamos a qualidade da eloquência, da verborreia clara e precisa dos seus ensinamentos.
"A Comunicação Audio Visual determina que se entenda por video, um processo de características marcadamente sistémicas na sua forma de produção electro-magneticas. Mas também no seu conjunto de equipamentos de produção e no seu processo de transmissão, portanto o universo tecnológico-videográfico sustenta um quadro de noções e de princípios de funcionamento que constituiem o meio onde se funda a linguagem audiovisual."
Perceberam? Talvez fosse bom explicar que isto é a resposta a pergunta: "O que é o video?". Todos vocês conhecem o aparelho, pelo que escuso de fazer mais comentários, quanto à resposta do sr. dr. Anibal. E para acabar, que daqui não se aprende nada, um ultimo trecho com todo o fulgor linguistico que acompanhava os seus leccionamentos:
"O equipamento video constitui uma panóplia de instrumentos de desenvolvimento da produção, realização e difusão. Quer ao nível do estúdio, quer ao nível dos módulos sistémicos próprios ao corpo tecnológico. O estúdio constitui a noção de interface, quer ao nível do registo, quer ao nível da transmissão de dados, assim sendo, o estúdio de vídeo é o local por excêlencia para a produção ou realização de programas."
Pena que em três frases o sr. dr. confunda o estúdio (plateau, local onde se montam os cenários e se filma) com o estúdio (régie, local onde se controla a filmagem); que confunda o processo de realização videográfica com o processo de realização televisiva (no video não existe transmissão de dados, i.e. aquilo que no processo televisivo se chama tele-difusão); pena que, o sr. dr., não ensinasse convenientemente os seus alunos, e estivesse mais preocupado em criar um mito em torno da sua disciplina (nota máxima 12), criando estes textos com informações incompletas e erradas envoltos numa linguagem rebuscada que, tenho quase a certeza, nem ele sabia muito bem o que estava a dizer.
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