sábado, maio 17, 2003

Poema

Já há uns bons seis meses que não escrevia um poema. Ontem saiu qualquer coisita.

O silêncio oferece-te em escolha uma lágrima
uma agonia que vai por dentro. Não morre
a estima dos meus olhos sem palavras
o fumo de um cigarro que arde. Um orfão
desenha-se no ar uma luz sem piedade
sem o tempo que foge entre o calor
são teus dedos uma chama. Não amo
O silêncio oferece-te de novo uma escolha
um ósculo na retina do sentir. A cegueira
dos lábios escorrem palavras como fontes
sem jorro, num fio de sentidos sensatos
Nós sentados. Nós descalços.
um monte de histórias, um vale de lágrimas
vai fundo onde escava esse rio. Tão nosso
A preguiça dos dias instala uma barreira
Não salto. Não grito. Nem me mexo

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