domingo, maio 25, 2003

Françoise Sagan - Bonjour TristesseBonjour Tristesse

Não reli muitos livros. Ainda vivo fascinado com a quantidade de coisas que ainda não li e devia ler. O ultimo que reli foi o "Bonjour Tristesse" da escritora francesa Françoise Sagan, tinha acabado mais uma vez de perder a hipótese de ver a versão cinematográfica do Otto Preminger na televisão e decidi comprar o livro. A primeira leitura tinha sido num livro emprestado, o que não é a mesma coisa; gosto de pegar nos livros e sublinha-los, fazer riscos e apontamentos; fazer dobras nos cantos das folhas em vez de utilizar marcadores, é uma história que fica paralela a história que o livro conta. A primeira vez que li o livro, fi-lo de seguida numas poucas horas, sem interrupções. Todos os livros deviam ser lidos assim. Não gosto de guardar a emoção que vai resultando da leitura para amanhã, como se congelasse um sentimento; faço sempre a comparação entre o filme e a série. A primeira leitura foi há uns bons dez anos e deixou essa marca dos sentimentos muito bem gravada na memória; o romance de Cecile e Cyril, sobretudo isso. Aquele romance que vive de uma intensidade brutal dos romances adolescentes de Verão e que rapidamente se esmorecem. No fundo, o que me marcara era o caracter adolescente do livro, ou não fosse eu na altura ainda pouco mais que um adolescente. A segunda leitura, no entanto, sobressai mais essa fragilidade adolescente, Sagan tinha apenas 18 anos quando escreveu o livro, e o lado perverso de Cécile. Engraçado como continuei a empatizar com a mistura frágil e perversa da personalidade, o seu lado diurno versus o seu lado nocturno, entre a candura e fragilidade da sua vivência e o lado boémio, intriguista e manipulador que a espaços nos vai brindando. Já não é o mesmo livro inocente e adolescente da primeira leitura, mas o seu lado mais escuro que ganha uma nova dimensão. Ou foi somente a minha adolescência que se foi?

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