quinta-feira, junho 26, 2003

Grafitti (I)

Durante largos anos, e por debaixo da ponte da Arrábida no Porto na marginal de Gaia, ostentava o paredão que segura o Rio Douro ao longo do seu percurso em direcção ao mar, a frase: "Amo-te mais que o sol". De todos as vezes que por lá passei, e foram muitas, sempre me intrigava quem teria sido o escritor daquelas letras enormes, para quem as teria escrito, quanto tempo terá demorado, que riscos correu. Aquelas palavras durante anos exerceram o seu fascínio nas mais variadas pessoas, eu sei. Mesmo estrangeiros que por cá passaram me perguntavam o significado daquelas letras estampadas ao longo do rio, e ficavam também eles fascinados. Não por ser a frase mais poética do mundo, a mais genial, mas o conjunto do seu significado, a sua visibilidade, davam-lhe um carácter mágico. Eu sei, já muitos me disseram. Um dia pintaram todo o paredão de um branco imaculado, fazendo desaparecer a maior mensagem de amor que um rapaz deixou na cidade do Porto. Eu ainda consigo ler a mensagem quando por lá passo...

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