terça-feira, julho 15, 2003

Lagrimas ao vento

Cobria suavemente a tua nudez o pólen a flutuar na melodia do vento. Os poros perfurados da alma exalavam perfumes nos meus olhos, até uma lágrima fria se desprender sulcando por uma ferida há muito resgatada na face. A lua agarrou-se nos teus cabelos, e das centelhas do teu aloirado cadexo os seus brilhos faziam arder a pele.
A nudez floria as searas de água e eu amava-te os gestos na cantiga do vento lesto; via voar os teus dedos como flores que dançavam na aragem, e eu sorria o marfim preso na boca. Na boca beijada apenas de luz por ver que
…até que as lágrimas aqueceram no beijo.
in "Um Céu de Caricias" (1991)

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