Ele segurou-lhe no pulso com tanta força que parecia que o queria estrangular.
- LARGA-ME! - gritou ela um grito cheio de uma raiva incontida, embora os seus olhos não conseguissem ocultar uma certa doçura sobre os dele, da sua boca pendia um tremor irado. Ele, calmamente, pronunciou um Não com o mesmo tom de quem faz uma confissão de amor. Com uma voz lânguida quase em suspiro. O braço direito dela tentava-se libertar, mas era um esforço inglório face a força com que ele segurava o fino braço dela. Ela voltou-lhe a gritar o mesmo larga-me. Desta vez já não com aquele tom de raiva mas apenas com um tom de quem pede clemência. Ele soltou-a, empurrou-lhe o braço com uma força tal que ela teve que que dar um passo atrás para voltar a equilibrar o seu corpo.
- Só não consigo compreender se isso é tudo amor ou se é mesmo só raiva. Afastou-se, virando-lhe as costas. Não deu mais de três passos até ela agarrar-lhe o ombro e ele voltar-se. Os olhos dela não conseguiam ainda ocultar aquela mesma doçura mas a sua mão foi de encontro ao rosto dele de forma violenta, tanto que ele não conseguiu evitar que o seu rosto se virasse para o outro lado.
Ele olhou para ela e no mesmo tom, calmo e imperturbável com que sempre falou, disse-lhe: Já te larguei!
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