Já olhaste o desperdício? Já viste de frente, esse vento obsessivo que te corta o olhar? Que te cega o sorriso, que te acaba com o brilho e o bónus das noites da lua de prata? E que a terra húmida de lágrimas, que a teus pés se ajoelha, parece que te engole como areias turvas e movediças? E que esse teu olhar de fino desespero entrelaçado em agonia, filigrana patética urdida na teia da covardia, de tanto recusar o passado, não se consegue projectar num futuro onde o raio vibrante da experiência te constrói, mas apenas te deixa envolva num medo indefinido e sem razão? Desperdício, Desperdício... Quantas vezes queres ecoar essa palavra no céu rasgado da minha boca?
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