Os barcos atravessam o ponto do horizonte aonde o sol se faz sentinela de um só olho. Faz um frio que corta o teu perfume que se espalha no vento, arranha as abraçadeiras lassas do meu coração.
Procuro a verdade nu tapete de seixos maduros. Por baixo, e ainda por cima. Quase mordo o caroço, o ícone da essência de uma noite, de qualquer fruto. Tens nos teus olhos a luz que a noite roubou.
O nevoeiro é um tear onde se tece a pele, o embrulho esfarrapado das nossas veias cansadas. Ainda tenho uma vaga na hospedagem do tempo que conservo com carinho. Podes ser tu, ou qualquer coisa sem guarida.
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