apenas uma carícia desperdiçada. na mão um leve tremor, e no bolso, uma sensação de abandono em forma de carta. tinha a palavra fim dentro e soube logo isso. pela textura rugosa do envelope e do sangue que fez nos dedos, bem nas pontas onde se inicia a carícia. fim brusco e violência estranha. pensou. e que, afinal, a terapia do engano funciona. que se vive melhor debaixo do tecto da mentira do que sob a expressão súbita e dolorosa de um fim telegráfico. porquês e razões ficaram guardados para uma outra escala do tempo e quando as receber vai achar falsos, porque julga agora ter sido sempre assim. e se estiver enganado? ou se já não quiser saber?
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