As frases não me saem tão facilmente como dantes. Tenho sempre que pesar a gramagem inoportuna das palavras que caem como folhas soltas no Outono. Andas perdida numa luta de sentimentos contraditórios, e a mentira é para ti um modo de vida. O duelo que fazes entre a razão e o sentimento é o de toda a gente, só que com mais sofrimento. Não sei porque isso te causa tanta estranheza. Mas não te posso explicar. Já quase não gosto de ti.
As palavras continuam contundentes como sempre. As discussões são inevitáveis. Impingis-me o teu amor como se a reciprocidade fosse uma taxa obrigatória que eu tivesse de pagar. Querias que as palavras bonitas me saíssem da boca ao ritmo impulsivo das tuas inseguranças, como se elas fossem um creme que que te protegesse do vento seco que sopra nos dias de Novembro. As palavras bonitas não saiem, ficam presas na garganta, amarrotadas no torniquete das tuas críticas.
Se percebesses o esforço que reservo no meu silêncio...
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