terça-feira, março 30, 2004

O silêncio das palavras

São como nós secos que ficam na garganta, são palavras estranguladas à porta dos lábios, são palavras retidas em bocas que se mordem... de silêncio. São palavras malditas, encarceradas, edificadas pelo medo... sempre o medo, de pronunciar palavras mal ditas.

São como nós, nódulos ásperos de uma coroa de espinhos em torno de um pescoço. São um colar de pérolas temeroso, nem de pedras nem preciosas. São só palavras surdas dirigidas de si a si, em torno do seu... silêncio! São como nós, estreitos e estranguladores, desfigurados sons amarrados à própria vergonha, à própria garganta, ao pavor, ao ser erro… errar…

Apenas palavras cerradas em hipocrisias gestuais, gestos de fuga, de ausência...

O silêncio triste das palavras mal ditas.

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