segunda-feira, dezembro 15, 2003

Ao Porto de ti.12

Os barcos atravessam o ponto do horizonte aonde o sol se faz sentinela de um só olho. Faz um frio que corta o teu perfume que flutua ao vento e arranha as braçadeiras lassas do meu coração. Procuro a verdade no tapete de seixos maduros; por baixo, e ainda por cima. Quase mordo o caroço, o ícone da essência. Tens nos teus olhos a luz que a noite roubou e o nevoeiro é um tear onde se tece a pele: o embrulho esfarrapado das veias cansadas. Ainda tenho uma vaga na hospedagem do tempo: para ti, ou qualquer outra coisa sem guarida

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