Casa de um estranho caracol que na lentidão do tempo, com a preguiça redonda dos relógios se mostra envolvendo na sua saliva doce. São perfumes libertados por palavras e ternuras escondidas em olhos apagados de ausência. Ausência pronunciada por uma voz calada, ouvidos surdos que só amam elogios. E uma inteligência perturbadora que intimida como o sibilar dos guizos de uma cobra cascavel, ou uma cobra real que se endireita ao som de uma flauta - um encantamento que eu tentava erigir como uma obra primaveril cheia de odores e feno, e flores de molas de uma cama e um lençol; do leito de sonhos que fiz para te deitar e me afundar num paraíso secreto debaixo da água azul felicidade dos teus olhos. olhinhos que beijam como peixinhos fazendo boquinhas e bolinhas pequenas de ar, muito ar para respirar, debaixo da água da minha, da nossa, muito escondida vida.
Sem comentários:
Enviar um comentário