quarta-feira, janeiro 07, 2004

A circunferencia do tempo

Não era preciso perderes-te no tempo porque os ponteiros já já nada marcavam no meu interior. Circunferência da vida dos regressos não esperes do tempo a partida sem retorno. Só os boomerangs são como pêndulos e, se não voltam, é porque matam. Não foi na guerra dos tempos sucessivos que lutamos desde o começo das canções, as canções que fiz à tua porta e em tua esperança. Tu, lá dentro e adormecida sobre um querer já gasto do gosto de eu te querer. Fiz do dormente desejo do amor a mão dada de uma aliança escondida, esse convite que negaste no instante, no mesmo segundo da oferenda. Resposta faísca e relâmpago e cheia de luz, tão forte e intensa de cegueira, de raiva bruta e amor desfeito. E outra vez os ponteiros circularam sobre mim como queda em abismo de nada.

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