Sexta à noite. Sábado à noite. Tanto dá. Quinta-feira. Um dia qualquer à noite. Nós sempre no mesmo bar. Ela a dançar, a mostrar o seu sorriso e o seu jeito de menina. Eu de copo na mão, para fazer outra coisa que não somente estar a olhar para ela. Ela sempre a dançar, a mover o corpo numa dança a dois com um parceiro invisível. A provocação da dança. Cobre-me de olhares o tempo todo, como se eu tivesse frio. Enche-me de carinho com essa caricia que é o olhar. Mas sempre à distância. Quando passa rente a mim desvia sempre o olhar. Faz de conta que não me conhece. Que não sabe o meu nome que eu próprio lhe disse. Que ela própria repetiu com aquela boca pequena para fingir que o fixava. Mas parece que não me conhece, que só me conhece quando me cobre de olhares para quebrar uma distância que afinal não quer encurtar.
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