segunda-feira, novembro 24, 2003
Ao Porto de ti. 02
Agarra-me devagar, eu vou cair. São os teus abraços que me empurram e as mãos lassas que me seguram? Estou enganado e não menos perdido, é a loucura que se esvai nos poros da alma. Sinto-me correr longe de mim, como a fuga às lágrimas que escondi nas núvens. O pé na poça, na poça escavada na estrada. A lama escorre, uns quantos grãos de terra sujos do medo. Quase sufoco no arfar do pré-choro. São os olhos que se escapam da sua orbita no ponto geocêntrico dado à fuga. Podes dizer. De qualquer maneira vou morrer.
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